Matheus Brasilino
Sobre Tatuagens
Atualizado: 4 de dez. de 2021
Entramos ao mês de dezembro.
Ao último mês deste ano conturbado, podemos refletir sobre como cada provação em que fomos expostos contribuíram com nosso desenvolvimento como indivíduos e sociedade. Iniciamos a nova década em crise, mostrando que é tempo de reavaliarmos nossos atos e reconstruir a nossa pátria, alicerçando-a sobre os valores corretos, concretizando obras que encaminhem o Brasil ao status de império que nasceu para ter.
Logo, se é tempo de reflexões, cada um deve contribuir ao seu modo.
Este site, avaliando as condições em que nos encontramos, contribuirá denunciando e condenando as influências pagãs entre nós. O maior ato de caridade que pode ser feito é entregar a luz de Cristo pela razão, expondo os vícios e demonstrando assim, as vias da verdade e bem comum em todas as ocasiões.
Considerando também que os neo-pagãos lançam seu argumento diariamente, com múltiplos ataques, (na maioria deles, de modo desonesto) é tempo de servi-los com a justiça, expondo atos de sua origem pelas massas e mensurando os danos que fazem diante de cada um. O que cada leitor fará com essa informação já não é relevante, mas de nossa parte, é importante provê-la.
O primeiro texto dessas denúncias será voltado para as marcas que o homem moderno coloca em seu corpo como símbolo de modismo e vaidade, demonstrando suas emoções, valores e sentimentos de modo artístico e ilustrativo. Recebendo o nome de “tatuagens”, (alcunhadas pelo explorador britânico James Cook em 1769), ganharam uma enorme presença, tornando-se um novo referencial de beleza estética do século 21.
A mídia, em conjunto dos setores da moda, a ilustram de modo positivo, colocando-as em modelos e artistas que já eram considerados atraentes antes, para que as massas vejam as tatuagens como algo belo. É uma tática de marketing muito eficiente, pois, se tentares colocar algo feio em uma pessoa bela, esse algo feio se embeleza e passa a ser visto como atributo positivo a olhos não treinados. A maioria dos cidadãos não tem conhecimento profundo sobre estética e então se deixa levar pela vontade das forças estrangeiras que disseminam as marcas na pele como novo padrão.
Mas esse mesmo indivíduo, hipnotizado, faz as marcas em si e aquilo torna-se um ponto repulsivo para ele. Aqueles sobre o controle midiático vão aprovar a medida, enquanto os conservadores, livres desta influência, vão tentar dizer que aquilo foi um erro. Porém, mesmo com todo o respeito que tenho pelos meus colegas conservadores, digo que seus argumentos contra as tatuagens são fracos e inconsistentes.
Primeiro eles tentam associar a tatuagem ao crime organizado, coisa que de fato é verdade, porém, não foram das facções que as marcas se iniciaram. Logo, nem todo homem tatuado é um criminoso, o que por si só é uma generalização ingênua e preguiçosa. O argumentador progressista, ao ver isso, abre um longo sorriso na cara e grita “preconceito” com todas as suas forças e o conservador, mesmo com boas intenções, passa a ser visto como uma pessoa má, ou como um ignorante bruto.
Em seguida, eles tentam argumentar que ao danificar a sua estética desse jeito, as empresas terão repulsa de si e não o contratarão, o que de fato, também é verdade, porém existem saídas retóricas para isso. Pode-se dizer simplesmente que o homem que se tatuou não se importa e nem depende da aprovação das corporações para tomar suas decisões morais e isso, por si só, é algo bom, logo, se rebelar e fazer a tatuagem seria supostamente um ato de virtude. Outros podem dizer que as empresas estão mudando gradualmente, conforme os progressistas vão ganhando cotas e privilégios (por serem negros, mulheres, gays etc.), assumindo cargos de gestão e deixando qualquer um que tenha aparência tatuada entrar na empresa.
Por isso, ambos os argumentos podem ser facilmente refutados e assim, a prática de se tatuar se dissemina.
Hoje, temos até mesmo um padre que se tatuou mesmo vestindo o manto, marcando uma abelha em sua mão e alegando que a partir daquele dia, ela será o seu “símbolo”. Os progressistas aplaudem, enquanto os conservadores rangem os dentes, mas ninguém sabe em si explicar o mal da própria tatuagem.
Por isso, observemos inicialmente as suas origens.
Em todo o mundo, pode-se pela história ver a influência de ao menos um povo ou etnia que realizava tal prática em cada continente. Os egípcios o faziam, assim como as tribos bárbaras germânicas e celtas. Na América, temos relatos de indígenas expressando posições hierárquicas e crimes cometidos através de marcas artísticas nos corpos. Na Ásia, os japoneses descrevem o comportamento da tribo Ainu como forma de se envaidecer e os polinésios, que chegaram ao ápice da prática, marcavam seus corpos inteiros, tomados pelo fervor selvagem de sua tribo.
Todas as sociedades, no entanto, que as realizavam, tinham algo em comum: eram tribais, primitivas, não possuíam leis ou moralidade consistente. Seus ambientes eram empobrecidos e tinham práticas hediondas como sacrifícios humanos e canibalismo, todos aprovados e permitidos pelas autoridades. Quando o cristianismo se disseminou pela Europa, as tatuagens foram banidas do meio social, restaurando assim a estética natural das pessoas.
Quando a sociedade voltou a se afastar de Cristo, as tatuagens, por consequência, voltaram, junto com problemas sociais que já tinham sido combatidos antes. Durkheim fez um excelente trabalho mensurando as anomias sociais em nações que abandonavam parcial ou totalmente o catolicismo e isso também se refletira em seus líderes.
O império russo, antes de entrar em colapso, guerra civil e cair na mão de comunistas, ele foi governado por um imperador corrupto e incompetente (Nicolau 2º) e seu conselheiro satânico (Rasputin), ambos tatuados.
O império germânico, antes de ser derrotado na 1º guerra mundial, foi governado por um imperador corrupto (Guilherme 2º) que afastou todos os homens virtuosos do alto escalão, condenando sua pátria a miséria e humilhação, mesmo tendo razão em sua demanda. Também tatuado.
Dois maçons, ditos bem sucedidos, Roosevelt e Churchill também entram na lista, mas mesmo não fracassando, são homens que se voltaram contra Cristo em prol das forças de mercado, logo, não são bons exemplos para se imitar.
Então para um católico (ou para qualquer pessoa íntegra), apenas isso já seria motivo para não se fazer. Quando o público perguntar o motivo de se rejeitar o modismo do novo milênio, poderíamos responder que amamos a Cristo, a civilização e a alta cultura, logo, não desejaríamos nenhum traço de tribalismo em nosso corpo e nem ter qualquer semelhança ou associação com ancestrais corrompidos, que não possuíam bons valores sociais. Afinal, já é difícil lutar contra o pecado tendo bons valores, certo?
Pela Bíblia, temos no Velho Testamento o trecho do livro Levítico capítulo 19 e versículo 28 na qual condena a prática. Os modernos tentam argumentar dizendo que isso era uma lei temporal ou que só valia aos hebreus, mas isso não faz nenhum sentido.
Se fosse uma lei temporal, teriam condições específicas divergentes da nossa época para a aplicação daquela lei, porém as normas levíticas foram criadas em um tempo que se era necessário manter-se puro em meio a povos que rejeitam a Deus, exatamente como estamos agora. E nada na bíblia é “só para os hebreus”, o fato deles guardarem tudo para si e não desejarem se dedicar na salvação das almas dos estrangeiros foi um dos pontos que Cristo mais criticou em sua jornada pela terra. (uma das reflexões a se considerar na parábola dos trabalhadores da vinha, onde os primeiros trabalhadores não queriam que os últimos fossem recompensados da mesma forma, encontrado no livro de Matheus, capitulo 20, versículos 1 ao 16)
Então dois argumentos mais fortes (e certamente mais impopulares) foram desenvolvidos, mas ainda se tem mais coisas a se considerar.
O mundo moderno costuma dizer que a humanidade nasceu para ser livre, mas no fim, isso não é inteiramente verdade. Todos nascemos para servir algo e o que diferencia moralmente uma pessoa da outra é justamente o que ela serve e o quão bem ela serve. Sabendo disso, nosso criador benevolente estabeleceu dez mandamentos, onde já no primeiro ele reitera a sua autoridade sobre toda criatura. No livro de Êxodo, capítulo 20, versículo 3-5 ele estabelece como norma “Não terá outros deuses diante de minha face, não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestará culto.” Cristo, quando questionado quais são os dois maiores mandamentos, ele afirma que são “amar a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo teu espírito” e “amarás teu próximo como a ti mesmo”. (livro de Matheus 22/ 37-39)
Ao servir a Deus, que é um ente supremo e infinitamente bom, nos libertamos de todo o resto, alcançando assim o que se chama hoje de “liberdade”. Quando nos recusamos a servir a Deus, ou até mesmo escolhemos servir de modo parcial, igualando-o com qualquer outra coisa, cometemos o pecado da idolatria, quebrando assim, o primeiro e mais importante mandamento.
Com isso, nos tornamos escravos daquilo que optamos por servir.
Se nos apegamos excessivamente a posses materiais, ficamos dependentes da mesma, não conseguindo alcançar a felicidade em seu verdadeiro sentido, alcançando apenas variações entre picos de prazer e vazio existencial quando o mesmo termina.
Quando idolatramos outras pessoas, estamos corrompendo-a, imitando seus vícios vangloriando-a sem merecer, e a tendência disso, é justamente sermos destratados e humilhados por essas mesmas pessoas. Ninguém é moralmente apto para resistir aos males de ser adorado, e a ação boa em prol de uma possível adoração é justamente rejeitá-la, reconhecendo sua própria mortalidade e tendência ao erro.
Pelo mesmo motivo, boa parte de nossos artistas vivem e morrem horrivelmente, afinal, vendem sua alma para conseguirem expor seus dons e quando o fazem, viram ídolos, se envaidecem e acabam geralmente em depravação, drogas e suicídios.
Se idolatramos, por fim, a nós mesmos, estamos nos entregando as nossas próprias fraquezas, porque vamos simplesmente servir a nossos próprios erros e o orgulho vai nos impedir de corrigi-los.
E o que seria uma tatuagem, se não, o sinal mais profano de idolatria?
Fazer tal ato não é tão diferente de fazer uma estátua de adoração, porém ainda mais profunda. Os pagãos tribais antigos faziam suas marcas por influência religiosa, uma vez que cultuavam muitos deuses. Essas divindades eram em grande maioria, desejos materiais endeusados, por isso havia um “deus da guerra”, uma “deusa do erotismo”, entre outros. Os hebreus, quando caíam em idolatria, faziam estátuas de um bode, representando que a classe econômica dominante eram os pastores e pela pecuária, inventavam suas próprias leis (que por consequência, se distanciavam da verdade e justiça maior de Deus). Hoje, por outro lado, ainda marcamos na pele nossos “deuses” e quando alguém coloca uma marca em seu corpo, o que aquela marca representar para aquela pessoa, simplesmente é o seu ídolo.
Alguns o fazem para serem “populares” mostrando que no fim idolatra seus supostos amigos que acham que vão aceitá-lo. Outros o fazem porque são vaidosos, obcecados pela própria beleza, a ponto de se “tribalizarem” em uma tentativa fútil de um visual extravagante. Existem aqueles ainda que tentam retratar sentimentos ou emoções e como toda obra cultural, funciona. A questão é que uma vez feito, aquele sentimento e emoção os governa e estes o prestam adoração, exibindo para todos em seu corpo e olhando para aquela imagem todos os dias de sua vida.
Namorados que colocam nomes de seus parceiros, fãs fazendo homenagem a alguém é o exemplo mais óbvio do argumento, cujo já se torna evidente pelo que já foi exposto. O crime organizado, vendo o potencial de controle sobre a arte idolátrica, a espalha sobre seus membros, pois os degrada cada vez mais mantendo-os afastados de Deus. Cria desta forma uma tradição suburbana que os faz escravos de seus próprios vícios e posteriormente, da organização.
Por fim, o cristão que tatua uma cruz não adora a Cristo, mas sim o “status de ser um cristão”, o que justamente o afasta da verdadeira fé.
Psicólogos freudianos argumentam que as tatuagens tem um efeito psicológico de “empoderamento”, mas, parando para refletir, uma pichação em qualquer parte do corpo não lhe faz um ser humano melhor. Se isso de alguma forma é projetado a alguém, talvez o que essa pessoa precise é justamente de um psicólogo. (mas não um freudiano, obviamente)
Além de tudo isso, tem claro, a mística. Existem símbolos que são essencialmente demoníacos e aumentam a influência de algumas entidades sobre a pessoa. O padre que citei ao início do texto, ao pichar uma abelha em si, marcou em sua mão um símbolo que já é usado por algumas sociedades secretas. A hierarquia eclesiástica não ter se manifestado é realmente preocupante, pois ao dizer que “este agora é o meu símbolo” ele está abertamente rejeitando a Cristo, para adorar o demônio de dentro da própria igreja.
Nossos inimigos sabem que ao fazer da tatuagem algo permanente, as pessoas que aderiram, vão defendê-las como se fossem parte de si. É necessário um esforço muito grande para admitir o erro e se arrepender. Aqueles que já fizeram isso, conquistaram uma grande vitória como indivíduos e assim, se engrandeceram como ser. E justamente por isso não podemos deixar de ser resistência e nos opor a esse paganismo infiltrado nas situações em que somos chamados ao conflito.
Gostaria também de deixar bem claro que o objetivo do texto nunca foi julgar ninguém, mas sim avaliar o ato de se fazer tatuagem em si. Então se estiver lendo isso e discordar ou até mesmo ter feito a tatuagem sem saber de nada disso, sinta-se à vontade em se expressar nos comentários e não considere que este foi um ataque pessoal.
Concluo essa reflexão sobre a esperança de que esta nova década seja um novo começo para o Brasil, pois com a decadência e crise da velha ordem institucional, novas forças políticas e sociais devem emergir, quebrando o ciclo de degradação que nos assola constantemente. E crendo nessa redenção, esse site, como de praxe, seguirá em sua produção e análise de textos para iluminar a mente dos que leem e refletem.