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  • Foto do escritorMatheus Brasilino

Sobre os Signos

Atualizado: 4 de dez. de 2021

Quando foi escrito e publicado neste site o texto “Sobre as Tatuagens”, (https://www.redemptus.org/post/sobre-tatuagens) houve uma surpresa muito grande ao verificar a quantidade de pessoas que não haviam percebido a profanidade de seus atos. Alguns reagiram de modo positivo, outros, de modo compreensivelmente negativos e os impactos sociais foram sofridos por conta de tal obra, levando até mesmo a perda do emprego miserável que este pobre autor, ainda mais miserável, tentava manter na época. No entanto, interpreto isto como um bom sinal, pois ao se expor as influências pagãs em nossa sociedade, é de se esperar que aja represálias. Se houve incômodo, estamos no caminho certo e cada ato sofrido por Cristo vale a pena.


Continuando nesta jornada, não podemos deixar de reparar os pequenos magos e feiticeiros da adivinhação, que tentam induzir as pessoas a largaram a fé nos planos do criador, para supostamente “preverem o futuro” e tirar vantagem sobre o que descobrirem. O ato em si é profano, pois alguém com verdadeira fé não precisa ficar tão dependente de previsões, pois o que vier, ele enfrenta, sejam tempos de prosperidade ou de martírio, sejam expansões ou crises. No pior dos cenários, se Deus quiser que saibamos de algo com antecedência, ele nos guiará sobre instrumentos cujo qual não poderemos mensurar ou controlar, como por exemplo, a interpretação dos sonhos de José do Egito, ou as mensagens que transmitia aos profetas do Velho Testamento. O criador não é estúpido e conhece a cria, sabe que se nos der poder demais, abusaremos e nos destruiremos com os mesmos.

O demônio, por outro lado, faz o oposto.


Nos oferece todo tipo de conhecimento místico e profano, para nos dizer se não mentiras, verdades incompletas, porque sabem que ao termos contato com este tipo de informação, nos perderemos, colocando-se em revolta contra Deus e assim, perdendo nossas almas. Basta-nos lembrar do pecado original ao livro de Gênesis, que deu a “ciência do bem e do mal”, uma forma de conhecimento que a humanidade não estava preparada para ter e que nos fez, por consequência, perder a eternidade.


Por essa mesma razão, o gnosticismo é o verdadeiro satanismo desse mundo, pois é uma heresia que prega a luta pela salvação através da busca pelo conhecimento místico profano e a astrologia é uma de suas muitas ferramentas fragmentadas e espalhadas ao nosso meio social. É perigosa, pois está infiltrada sobre os círculos cristãos ingênuos, sem entendimento sobre as forças que governam a este mundo e de modo inconsciente, acabam sendo influenciadas por linhas de pensamento que se opõe as forças dos céus.


Mas esse conhecimento não seria técnico? Você poderia me perguntar, tentando relacionar a astrologia com a astronomia. A resposta para isso certamente é não.


O intelecto e a vontade não estão à mercê dos corpos celestiais, pois do contrário, não se haveria livre arbítrio. O império babilônico tentava usar os signos em seus escravos, em uma tentativa vã de acharem sua vocação e assim, posicioná-los do modo mais eficiente possível. Não conseguiam êxito, pois tornaram-se deterministas, limitando o potencial humano a meras funções temporais, sendo que o homem sempre será muito mais capaz de agir para além de sua profissão. Por isso suas obras não prosperavam e sempre serão conhecidos como os fracassados da Torre de Babel, que por divergência e desarmonia entre os povos marcados por signos idolátricos, falharam em alcançar os céus.


Dos estudos científicos que definem a personalidade, a humanidade alcançou progressos em cinco pontos: temperamentos, experiências, moralidade, cultura e genes.

A Ordem Jesuíta da Santa Igreja Católica chegou ao entendimento de características inerentes de cada ser humano, onde a separou em 4 arquétipos que precisam ser superados na busca pela santidade, chamou-os de “os 4 temperamentos”, que são sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático. É um bom tópico de estudo e é bem abrangente.


A psicologia, quanta trata de traumas e do inconsciente, estuda o quanto as experiências podem ser capazes de interferir no comportamento e personalidade do homem. É uma doutrina com falhas, pois não está alinhada com a salvação das almas, mas ainda tem seus progressos.


A filosofia clássica estuda a moralidade, onde diz que pelo livre arbítrio, podemos tomar ações que servem ou atacam a verdade e ao bem comum. Essas ações também moldam nosso caráter e interferem no nosso crescimento e declínio como indivíduos. Até o momento, é o que mais avançou em definir com precisão sobre a essência e existência.


A sociologia estuda a cultura, sobre o quanto a pressão social interfere na formação do pensamento. É um estudo bom, que foi posteriormente corrompido pelas ideologias, mas ainda tem algumas contribuições relevantes com nomes como Durkheim e Weber.


Por fim, os estudos sombrios de Szondi avaliam a interferência dos genes na formação da personalidade. Este sempre é abafado pelo sistema, mas tem da mesma forma, algumas considerações interessantes para se avaliar.


Todo o resto que não se inclui nestes grupos, ou se está em fase de avaliação ainda, ou já se foi refutado. Muitos dos santos que estudavam cientificamente os corpos celestiais, não os incumbia ordem moral ou interferência no comportamento humano. Juntar o comportamento com o estudo científico sempre foi considerado pela igreja como coisa pagã, muito presente antes da cristandade e que teve seu retorno com Copérnico, que ao descobrir que a Terra gira em torno do Sol, quis idolatrar o Sol, fazendo-o seu novo deus e arrumando conflitos com a inquisição por conta de sua blasfêmia.


Para finalizar a questão científica, podemos citar dois trechos de Santo Tomás de Aquino, o primeiro da Suma Teológica: “O supor, pois, que os corpos celestes são causa dos atos humanos, é algo próprio dos que dizem que o entendimento não se distingue dos sentidos [...], mas, como é absolutamente certo que o entendimento e a vontade não são faculdades dependentes dos órgãos corpóreos, não é possível que os corpos celestes sejam causas dos atos humanos” (Parte I, Q. 115, art. 4); e o segundo, da Suma Contra os Gentios: “Seria, ademais, inútil o estabelecimento das leis e dos preceitos do viver se o homem não fosse senhor das suas eleições. Também inúteis seriam as penalidades aos maus e os prêmios aos bons, se não estivesse em nosso poder escolher isto ou aquilo. Faltando, no entanto, tais coisas, desapareceria a vida social, imediatamente. Logo, segundo a ordem da providência divina o homem não foi de tal modo constituído que as suas eleições sejam provenientes dos corpos celestes” (Livro III, Capítulo LXXXV).


Se não é algo científico, resta-nos considerar como conhecimento místico.

Sobre os termos de Olavo de Carvalho, que seria um astrólogo com notável relevância em termos globais, os corpos não interferem de modo físico, mas são símbolos angélicos que podem ser interpretados. Segue-se o trecho de um de seus livros: “Se, enquanto corpos, os planetas só atuam sobre corpos, podemos completar o raciocínio de São Tomás dizendo que, enquanto símbolos, ao contrário, eles representam ou veiculam a atuação de potências espirituais e cósmicas que ultrapassam infinitamente os domínios do corpóreo. Neste caso, não são os planetas que agem, mas sim as potências angélicas das quais eles são somente a cristalização simbólica e sensível, por assim dizer" (Olavo de Carvalho, Astros e Símbolos, p. 47).


Não duvido que realmente ajam entidades espirituais que usam de símbolos para representar seu poder e vontade, assim como também podem nos revelar coisas que nossos sentidos não são capazes de entender em vida. Minha dúvida é que essas forças servem a Deus.


Como dito no início do texto, existem muitas maneiras de se adquirir conhecimento profano, mas todos eles, no fim das contas, vão nos degradar. Se fosse algo que realmente viesse de Deus, seria realizado por seus representantes em terra, cujo exercem vocação sacerdotal e mesmo dedicam sua vida a isso. Da mesma forma, não serviria aos interesses individuais, mas sim, ao da salvação das almas. Não viriam em formato de símbolos pagãos, mas sim, sobre evento místico único, como as aparições em Fátima, ou as visões dos santos.


Para se interpretar os signos, é necessário buscar uma gnose, um fruto proibido em busca de vantagens. E antes que o progressista conte com a covardia do Concílio Vaticano 2° para falar “ain mas a igreja não condenou”, como falaram com as tatuagens, segue a lista de condenações, reunida pela Associação Montford:


“[...] Também não pratique encantamentos, astrologia ou purificações, nem queira ver ou ouvir sobre essas coisas, pois de todas essas coisas provém à idolatria” (Didaqué, ed. Paulus, 1989, p. 12-13)


Hipólito: “Quão impotente é o sistema [astrológico] para comparar as formas de disposições dos homens com os nomes das estrelas! ” (Refutação de Todas Heresias 4:37).


Santo Atanásio: “Donde ser verdade que os autores de tais livros [os astrólogos] acarretaram a si próprios uma dupla reprovação, pois aprofundaram-se em uma desprezível e mentirosa ciência” (Carta de Páscoa 39:1).


São Basílio Magno: “Aqueles que ultrapassam os limites, fazendo das palavras da Escritura sua apologética para a arte de calcular temas de genitura [horóscopos], pretendem que nossa vida dependa da moção dos corpos celestes, e assim os Caldeus leem nos planetas o que nos ocorrerá”. (Os 6 dias da Criação 6:5)


São João Crisóstomo: “(…) E de fato uma treva profunda oprime o mundo. É ela que devemos fazer dissipar e dissolver. E tal treva não se encontra somente entre os heréticos e os gregos, mas também na multidão do nosso lado, no que diz respeito às doutrinas da vida. Pois muitos [os Católicos] descreem inteiramente na ressurreição; muitas fortificam-se com o horóscopo; muitos aderem a práticas supersticiosas, augúrios e presságios”. (Homilias sobre Coríntios I, 4:11) ”.


Santo Agostinho: “O bom cristão deve precaver-se de astrólogos ou de qualquer um daqueles que praticam impiamente a adivinhação” (apud Sto. Tomás, II-II, Q. 95, art. 5).


“Se alguém pensa que se deve crer na astrologia, seja anátema” (DENZINGER, nº 35).


“Se alguém crê que as almas humanas estão ligadas a um signo fatal (v. 1.: que as almas e corpos humanos estão ligados a estrelas fatais), como disseram os pagãos e Prisciliano, seja anátema” (DENZINGER, nº 239).


E da mesma forma que os espíritas vestem uma máscara cristã para incentivar a possessão demoníaca de seus “médiuns” e as tatuagens se mascaram de hobbies para alimentar uma idolatria disfarçada, os signos se manifestam como um ato devocional para inserir conhecimento profano aos bons católicos.


Recomendo o abandono das práticas a qualquer um envolvido nisso. Que possamos apreciar nossas vidas sem querer controla-las em excesso, tentando prever o futuro e nos esquivando das provações que Deus nos dá. Nos contentemos em estudar o passado e entender o futuro meramente com a lógica, para que possamos viver o presente sem nos desviarmos do verdadeiro caminho.


Deixemos a fé e a mística apenas com nossas orações, atos devocionais legítimos e penitências, pois se o criador quiser algo a mais de nós, ele nos chamará.



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