Matheus Brasilino
Sobre o Colonialismo
E já retorno mais cedo do que gostaria, para dissertar sobre um tema que nem deveria estar em discussão.
No entanto, é tempo de dissertar sobre o colonialismo e seu conflito natural com o nacionalismo. Esses conceitos circularam recentemente sobre o ambiente conservador, então farei alguns comentários breves, para que possa estimar quem reflete mais à vontade dos céus, deixando claro meu posicionamento na discussão.
Uma vez expostas as motivações, seguimos ao argumento.
Costumo dizer, que nós, como seres vivos, já nascemos de certa forma, “endividados”. Temos três dívidas que são impagáveis, independente de nossas obras e virtudes. Por conta dessas, que a humildade é a característica primária que deve ser buscada a todos que almejam alcançar os céus. Essas três dívidas são respectivamente, do menor para o maior: com nossa família, com nossa pátria e com nosso Deus.
Devemos a nossa família, pois através dela recebemos a vida material, o sustento e os valores. Por isso, honrar nossos pais é um dos dez mandamentos, e o matrimônio é um sacramento, realçando assim a importância da instituição como pilar da sociedade e base para a construção da personalidade do homem.
No entanto, esse débito não se compara com o que devemos a nossa pátria, que nos proveu as organizações, as comunidades e a cultura, sem as quais não conseguiríamos existir da maneira como nos conhecemos e nem ter a alegria e segurança cujo qual nos habituamos. Todos os nossos bens são decorrentes de ancestrais que mataram e morreram para nos trazer aonde estamos e por isso, é nosso dever dar sentido a sua história, continuando o próximo capítulo e preparando o terreno para as próximas gerações.
E ainda assim, por mais grandioso que seja, esse débito não se compara ao que devemos ao nosso Deus, que nos deu uma alma imortal, a graça, ou a alegria de se estar vivo e a possibilidade de salvação, que são bens imensuráveis.
Logo, Deus, pátria e família, são as nossas principais bandeiras, e nosso alicerce para superar as provações dos tempos. Qualquer ataque a um desses três deve ser contido, pois tem o potencial de nos destruir não só materialmente, como de se fazer perder as almas, uma vez que elas deixem de reconhecer esses débitos, e como os demônios, gritem “não servirei”.
E então, mediante a isso, entramos na batalha conhecida como “revisionismo histórico”.
No ambiente acadêmico, cada ideologia, religião e sociedade secreta quer contar a história das nações ao seu próprio jeito e dominar assim, a narrativa “mainstream”. Obviamente que isso é de máximo interesse disputar, pois um dos principais ataques a nossa pátria vem da forma como a apresentam ao nosso povo, mostrando vergonhas e desgraças e ocultando os atos de heroísmo e virtude. O brasileiro ama o estrangeiro e se odeia, porque foi programado a pensar assim, para não reconhecer o seu próprio potencial e ser um perpétuo fantoche das forças anticristãs.
Com a ascensão do perenialismo, Olavo e sua gangue entraram na disputa da narrativa histórica, começando discretamente, e de modo muito hábil.
Elogiavam a era imperial, mostravam que a Velha República foi uma tragédia, e que ao deixar as ideologias modernas penetrarem a camada do pensamento social, tudo desabou. Glorificavam ainda o regime militar, considerando a atual aliança com o governo de Bolsonaro, demonstrando, mesmo que de maneira leve, a quão trágica e inútil é a democracia. O que claro, em perspectiva pessoal, considero louvável.
No entanto, nessa época, já se dava para notar uma coisa estranha.
Eles odiavam Vargas.
Todo o sonho varguista de um Brasil independente, que se isolasse das potencias e sobrevivesse apenas com os próprios recursos, era completamente rechaçado como populismo e sofisma. Como poderia haver vida, fora do domínio americano? Isso é impensável! A luta olavista era contra o marxismo, mas a degeneração americana era completamente tolerável.
Não adiantava mostrar a eles o quanto de recursos tínhamos e potencial massivo que apresentávamos. Em sua visão, falou contra o domínio americano, ganhava-se o rótulo de “esquerdista”. Não adiantava dizer que tínhamos gênios em todas as áreas, que vencíamos em todos os esportes, que Deus nos dava esses recursos materiais e espirituais para que um dia sejamos o império redentor. Era inútil: ou fala inglês, ou é comuna.
Tudo isso era muito estranho, mas acompanhei de longe, para ver até onde iam.
Passam-se então os anos, o velho bruxo virou pó, Dom Bertrand falece honradamente logo depois, a democracia se mostra prestes a cair e... vualá, eles mostram sua verdadeira face. Seus doutrinadores começam a pregar que a independência foi um erro e que o tempo colonial era maravilhoso.
Em suas palavras, a independência foi um “golpe da maçonaria” e éramos muito mais prósperos na era colonial do que hoje. E tudo que discorda disso, é chamado de socialismo.
É um erro histórico infantil, mas se isso se espalha, tem consequências devastadoras.
Primeiro, porque a independência não foi um golpe da maçonaria, mas justamente uma vitória contra ela.
Ainda escreverei um texto só sobre D. Pedro 1º, mas em resumo, Portugal já tinha caído em domínio maçônico com uma revolução democrática em 1820 e o Imperador do Brasil, ao ver os inimigos da humanidade se apossando de sua terra natal, não tardou em romper laços com a coroa fantoche e libertar o Brasil, que tanto amava, do domínio judaico.
Podemos debater que essa independência não durou muito, ou que ele errou de modo grave ao fazer guerra com D. Miguel, mas nunca que a independência foi um erro. Isso atenta explicitamente contra a identidade nacional, em um tempo onde o Grande Reset já está unificando as nações em prol do governo mundial. Agora seria o momento de mais se glorificar a independência e afirmar na cara do demônio, que o Brasil jamais se juntará a nova Torre de Babel.
Mas não, ao invés disso, temos católicos tentando ser globalistas e nos fazer conformar ao domínio estrangeiro. Querem nos fazer servir a Europa, que a essa altura, já está sobre o controle de satanistas. São agentes demoníacos por tabela. Até mesmo ao pacifismo já se curvaram, alegando algo como “ain, mas o nacionalismo só traz guerra”, ou “vamos olhar aos estrangeiros como irmãos”, usando de frases clichês dos próprios progressistas, para nos levar ao abate.
Quanto a prosperidade, o Brasil só foi próspero na era colonial, quando a família imperial fugiu para cá, retirando nosso status de colônia, que por sinal, a revolução democrática portuguesa queria fazer voltar. Eles ainda vão mais longe, elogiando o colonialismo de outras nações católicas, mesmo as mais desastrosas e genocidas como as da França e chegam até mesmo a conclusões assustadoras como “a escravidão não foi tão ruim”.
Meu argumento para isso é simples: por mais que possam ter havido exageros dos socialistas na hora de contar sobre a escravidão e o socialismo, isso não isenta a culpa dos autores.
Toda a escravidão é errada, pois todo homem tem dignidade única e deve ser auxiliado em sua batalha para alcançar os céus. Todo colonialismo é errado, pois não é justo que uma nação exista apenas para entregar recursos materiais a outra, sem que possa se aproveitar de suas próprias riquezas e ser incapaz de fazer seus cidadãos despertarem seus dons e vocações.
O mestre que escraviza, se corrompe pela soberba, se achando superior aos outros e perdendo virtudes gradualmente. A nação que coloniza, enriquece de maneira ilícita, sendo incapaz de crescer com seus próprios recursos novamente. Por isso, todo império colonial tende a desabar, hora ou outra.
De todos, o menos pior foi a Espanha, pois ao menos usou de seus recursos para combater os inimigos da humanidade. Ainda assim, fazendo coisas moralmente erradas, não pôde vencer.
Gostaria também de esclarecer o porquê uso o termo “colonialismo” e não “imperialismo”.
Defino colonialismo como exploração material de uma nação sobre outra, então mesmo as que não são imperiais, podem ser coloniais, como por exemplo, os Estados Unidos e a China, que vivem matando presidentes dos países pobres, instalando fantoches e levando recursos.
O contrário também acontece, é possível ser imperialista sem roubar ninguém. A Igreja Católica é o maior exemplo disso, sendo imperial entre as nações como autoridade religiosa e moral, mas permitindo que cada povo tenha seu rei.
Não tenho nada contra a autoridade, mesmo a internacional, desde que ela seja justa.
Por fim, ressalto que em outros tempos, a cristandade também teve que lidar com essa questão. Os apóstolos combateram a heresia dos “neo-hebreus”, que queriam que os pagãos convertidos por Paulo se ajoelhassem perante Israel e fossem suas colônias. Pedro impediu, pois sabia que isso era apenas uma desculpa para explorarem os novos irmãos.
Na Idade Média, mesmo quando um rei dominasse um povo estrangeiro para disseminar a fé, esse povo não era deixado em uma “colônia”, mas era tributado de modo proporcional ao investimento que receberiam da coroa. Não havia exploração.
Precisamos defender a soberania de nossa pátria, pois é nosso dever natural. Temos esse débito para honrar. Não podemos permitir que destruam nossa história dessa forma, pois se acontecer, os católicos colonialistas farão um estrago pior do que os socialistas nos corações e mentes desavisados.