Matheus Brasilino
Sobre a Liberdade de Expressão
Atualizado: 29 de nov. de 2021
E retornamos, como de praxe.
Um pouco mais demorado dessa vez, porém com algumas atualizações no site. Agora os que lêem podem se inscrever via e-mail e comentar, além claro, de não se ter mais anúncios e falhas de renderização.
O tema de hoje é de extrema relevância até mesmo para a criação deste ambiente. Liberdade de expressão, o direito de se falar o que quiser, de se criticar e debater sem o medo da opressão do sistema sobre suas opiniões e argumentos. Será analisado de sua origem ao seu fim, comparando os pontos de vista e claro, adicionando uma nova visão sobre.
Já é de conhecimento público que o termo foi criado pelo iluminismo, sendo mais específico, pelo filósofo Voltaire. Em seu tempo, os reis que antes eram contidos pela igreja, estavam empoderados e assim, tornaram-se absolutistas. Qualquer um que falasse contra sua autoridade corria risco de vida, gerando então um sistema corrompido onde aqueles que eram virtuosos não conseguiriam expor os vícios e erros do governo, resultando em uma corrupção institucional, idolátrica, onde se o “rei falar, então é verdade”.
A solução foi enfraquecer o governo, permitindo que todos falassem o que quisessem. Uma vez que todos os discursos são permitidos, aquele que tivesse o apoio da maioria, venceria. O vencedor não poderia oprimir aquele que perdeu, porque no fim das contas, este se tornaria a alternativa ou o “plano B”, caso a ideia original falhasse.
Inicialmente não funcionou, pois difamações e mentiras se disseminaram por todos os cantos. Acrescentaram então o ponto de que “o seu direito termina, onde começa o do outro”, ou seja, não se poderia usar da liberdade de expressão para mentir ou agredir alguém arbitrariamente, logo, nem todas as expressões são “livres”.
Por três séculos isso funcionou perfeitamente, acrescentando algumas ideologias e conceitos como o nazismo na lista de expressões proibidas e o regime democrático seguiu de modo "saudável" e "livre". Neste novo milênio, por outro lado, algo mudou. As forças progressistas começaram a quebrar ponto a ponto da liberdade de expressão, alegando que esta as “ofende”. Se criticar a homossexualidade, é acusado de homofobia, se critica o feminismo, é acusado de sexista, se critica alguma cultura estrangeira, é acusado de racismo e o estado vem atrás de ti com os processos e ameaças, de modo sistemático e opressor.
Nas redes sociais, existe agora o “cancelamento” aonde as pessoas vão atrás daqueles que discordam e sobre multidões a apedrejam online, vão atrás das empresas e exigem que o alvo seja demitido, além de realizar um embargo, quebrando as carreiras e oportunidades daqueles que só queriam inicialmente se expressar.
De um lado, os conservadores debatem que isso é injusto, alegando que o iluminismo os concedeu direito a fala, assim como todos o têm e que do contrário, o autoritarismo retornará em ditadores brutais. Do outro, o progressista raivoso grita falando que sua opinião o fere.
É lamentável dizer isso, mas o conservador irá perder.
Primeiro que ninguém se importa com a democracia. Todos no fundo, querem um governo autoritário, não há uma alma feliz com o sistema atual. O que difere é que o conservador olha para o passado enquanto o progressista olha para os seus delírios utópicos. Se apegar a constituição é ingênuo, porque ela não vai durar muito tempo. É só papel no fim das contas.
Segundo que não se usa iluminismo como base filosófica, porque é falho, sofista e medíocre. O conceito de liberdade de expressão é mal feito e justamente por isso que o atacam e se livram fácil. Para refletir, voltemos as bases.
Expressão, que é o termo em julgamento, significa “manifestação do pensamento por meio da palavra ou do gesto”, porém pode ser vista também nas obras culturais como escrita, música, desenhos e pinturas, indicando que usamos da mesma para disseminar nossos valores, desejos, sentimentos e informações. Existem dois tipos: verdadeiros ou falsos, atreladas respectivamente ao bem comum e indivíduo. Se uma expressão abandona os interesses individuais para anunciar algo verídico, ela é verdadeira, enquanto, por outro lado, se ela suprime a verdade em prol dos interesses individuais, ela é falsa.
O problema começa no qual a “liberdade de expressão” te permite falar o que quiser, desde que não interfira com interesse individual de ninguém, pois do contrário, isso seria uma “ofensa”. Mas, da mesma forma, toda verdade vai passar por cima do interesse individual de alguém, porque é isso que a define. Logo, na liberdade de expressão, se é permitido falar o que quiser, menos a verdade, porque é “ofensiva demais”.
Os progressistas, muito maquiavélicos, perceberam isso e simplesmente aumentaram a lista colocando os depravados sexuais nela. Eles falam “como ousa me chamar de depravado?! Isso é ofensivo, lhe é permitido falar apenas que tenho gostos peculiares”. E Voltaire morre, porque não tem nada para impedir esse nível de decadência.
O segundo termo, por outro lado, é “liberdade” e ela pode salvar a discussão.
Santo Tomas de Aquino define liberdade como desatrelar-se de seus vícios e medos em prol da verdade maior que é Deus. Nenhum país vai te dar liberdade, nenhuma constituição, porque só é livre quem se desapegou de todas as suas correntes internas e somente assim, isso vai se refletir externamente.
Nenhum católico de verdade pede por “liberdade de expressão” porque esta pronto para morrer por Cristo a qualquer momento. Se um rei ameaçasse sua vida, os santos, verdadeiramente livres, escolhiam morrer ao invés de negar a verdade e seu sacrifício levava os outros a conversão.
Creio que não devemos defender o direito de todos falarem o que quiser, mas sim, devemos defender o direito a verdade. O homossexual tem direito de saber que suas depravações são auto destrutivas, o negro tribal tem direito de saber que ele é mais do que aquilo que sua cultura africana tenta empurrar, a feminista tem o direito de saber que sua natureza não é ser escrava do mercado ou das fábricas e sim, ser feliz pelo matrimônio e maternidade, o gordo precisa treinar e o estrangeiro, se quiser viver aqui, deve adotar nossos valores e assim, conhecer a verdadeira felicidade. Homofobia, racismo, sexismo, gordofobia, xenofobia são palavras distorcidas de seu verdadeiro significado, atentam contra a verdade maior e por isso, nem deveriam existir.
Concluo que os conservadores precisam mudar de postura.
Ao invés de democráticos e defensores da liberdade de expressão, precisam ser autoritários e verdadeiros. Podemos tolerar opiniões contrárias, desde que seja para análise, diálogos, ou mesmo não tenha interferência sobre o convívio social. A mentira, a heresia e a ideologia, por outro lado, precisam ser banidas. Os debates em busca da verdade precisam ser incentivados, pois somente quando encerrarmos o sofisma, o discurso de massa, as mentiras emocionais e a corrupção entre os cientistas e filósofos, poderemos fazer frentes a decadência que nos assolam em todo o globo.